segunda-feira, 17 de setembro de 2018

São Gonçalo no abandono

A Fazenda Colubandê é uma das fazendas coloniais mais importantes do Brasil. Marco da arquitetura colonial brasileira, a sua história começou no século XVII, quando foi comprada por Duarte Ramires de Leão e ali sua família viveu até o século XVIII, tornando-se a propriedade uma das maiores produtoras de cana-de-açúcar da região. Sua construção data provavelmente de 1618.



Em 1713, a fazenda foi confiscada pela Inquisição e seus donos presos levados para Portugal para julgamento pelo Santo Ofício. O engenho foi entregue aos jesuítas onde sofreu sérias mudanças devido a nova religião atuante.
                                      
A casa grande possui 28 cômodos interligados, construída em adobe de barro cozido e argamassa de conchas moídas e óleo de baleia, tendo sido construída em torno de um poço do século XVII, de acordo com a tradição judaica, e não segue um estilo padrão, pois foi sendo reformada ao gosto de cada dono. O teto tem estilo oriental, as janelas mostram influência da época de Luís XV e o entorno da varanda possui 16 colunas em estilo grego-romano, com conversadeiras entre cada coluna. O casarão foi construído em estilo barroco e conta com quatro cômodos no subsolo, onde ficavam as senzalas que abrigavam os escravos.




A casa-sede foi erguida ao lado da capela de Sant’Anna, de estilo jesuítico e características mouras na parte de cima. Datada também de 1618, foi construída em homenagem a Nossa Senhora de Montserrat. Passou por reformas em 1740, quando foram instalados nas paredes da capela-mor dois painéis de azulejos portugueses Alentejanos em estilo barroco-rococó. Um mostra a imagem de Sant’Ana, mãe da Virgem Maria, ensinando-a a ler e outro retrata o pedido de casamento de São Joaquim e Sant’Ana, avós de Cristo.

Próximo à casa principal, na antiga área de lazer existe um mural em homenagem às mulheres assinado pela artista plástica Djanira, da década de 1960. Há também o Bosque da Saudade, construído em 2006, onde cada árvore representa um policial morto em defesa do meio ambiente.

Em 1969, o antigo chão de madeira foi trocado pelo atual, de tijolo de barro. O conjunto arquitetônico da casa e fazenda foi tombado pelo IPHAN em 1940 e pelo INEPAC em 1965. Atualmente está abandonada e estava sob responsabilidade do Batalhão Florestal e de Meio Ambiente da Polícia Militar até 2012.



Agora chegamos ao abandono que todas as gestões tem feito com a cultura em nosso Município...

Abandonada desde 2012, após a desativação do Batalhão da Polícia Florestal da PM, a Fazenda Colubandê parece ter um novo destino, ou novo dono. É que o governo do estado está repassando para o município a autorização provisória para ocupar o espaço de aproximadamente 120 mil metros quadrados, na Avenida Amaral Peixoto, no Colubandê.
Neste caso, o município passará a arcar com a guarda, conservação, manutenção e também taxas e tarifas referentes ao local.
Tombada desde 1940 pelo Instituto Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a Fazenda vive ao longo dos últimos quatro anos de incertezas. Inicialmente seria restaurada pelo governo do estado, mas a crise fez com que o patrimônio fosse agora cedido para a prefeitura.
Na avaliação do professor e historiador Luciano Tardock, que fez parte do grupo ‘Fazenda Colubandê-Quem ama cuida’, a Fazenda tem importância municipal, estadual e nacional. Por isso, ele é contra a ocupação do espaço por uma corporação. 
   “Se for para virar um espaço sem ação e produção cultural, apenas ocupado pelo poder público local, não vai adiantar. É preciso restaurar e manter viva essa história. É um patrimônio nosso que precisa de um plano cultural. A Fazenda Colubandê foi uma das maiores produtoras de cana de açúcar da região”, lembrou Tardock.



A arquitetura histórica está destruída, assim como a Capela de Santana. Peças centenárias, mobiliário, lustres, cadeados, bancos, torneiras nada lembra o casarão datado de 1618. São quase 400 anos de história que convivem com o abandono e a ação de vândalos.



Diante de toda a sua importância histórica, cultural e arquitetônica (sendo um dos únicos imóveis no Brasil com arquitetura setecentista preservada localizada em área urbana) a Fazenda está literalmente abandonada e largada a sua sorte, sendo alvo constante de vandalismo e a partir de 2016, de saques .


E assim ficamos inertes com governantes que entram e saem do Poder sem ao menos dar valor ao que nos é de mais precioso que é, foi e será a nossa grande e inestimável história.
Muitos Gonçalenses desconhecem tudo de grandioso que temos em nosso Município e devemos lutar para que sejam preservados e mantidos, a exemplo do Museu Nacional que se perdeu por descuido e abandono de nossos Governantes ,temos também nossa histyória sendo desfeita e perdida dia após dia em nossa Cidade.

Isso tem que parar!História é vida e a vida é a nossa História!

em anexo os sites onde foram retiradas as imagens de nossa Fazenda e partes de sua História;
http://artenarede.com.br/blog/index.php/fazenda-colubande-historia-artetragedia-e-descaso-parte-i/

http://tvwin.com.br/noticias/fazenda-colubande-vai-virar-sede-da-gm/



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